No dia 19 de junho, a dentista cooperada da Uniodonto de São José dos Campos Dra. Camila Hardt participou de uma ação do projeto Tribo do Bem, em duas aldeias indígenas da região de Paraty (RJ): Guarani Rio Pequeno e Pataxó Hã Hã Hãe.
Durante todo o dia, foram desenvolvidas atividades multidisciplinares, dentre elas uma oficina de artes e jogos para crianças, orientação sobre prevenção e higiene bucal, assessoria para loja virtual Rio Pequeno e registro dos hábitos e costumes dessas comunidades, para futuro documentário. Também foram entregues doações de roupas e alimentos.
Para a atividade de prevenção e orientação sobre higiene bucal, a Uniodonto de São José dos Campos forneceu kits de escova de dentes e creme dental, folders informativos e banners e macromodelos bucais didáticos para ensinar a realizar corretamente a escovação. A população das duas aldeias é de 52 adultos e 19 crianças.
“No início do projeto, em 2017, nossa preocupação foi levar ajuda para suprir necessidades imediatas. Na fase em que estamos agora, buscamos proporcionar condições para que essas comunidades caminhem com as próprias pernas”, explica Aline Calado, fundadora da Tribo do Bem. “O trabalho realizado pela Dra. Camila foi maravilhoso, agradecemos de coração e esperamos continuar com essa parceria”.
“Embora já tenha participado de outras ações de solidariedade, foi a primeira vez que pude contribuir com o meu trabalho em aldeias indígenas”, afirmou Dra. Camila. “Foi uma atividade extremamente gratificante!”
Desde o início da faculdade, ela carrega consigo a consciência da responsabilidade e o compromisso da sua profissão para a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar das pessoas e da necessidade de estender a atuação para aqueles que não têm acesso à saúde bucal. “Fiz parte da Universidade Solidária e, durante dois anos, visitei semanalmente o município de Monteiro Lobato, no Vale do Paraíba paulista, levando prevenção odontológica a famílias muito humildes. Sempre tive dentro de mim essa preocupação, essa vontade de contribuir”.
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Leia a seguir o depoimento da Dra. Camila sobre a experiência:
“Às 6 horas da manhã de sábado já estávamos na estrada. Fomos em três carros, um deles puxando uma carreta com doações. Desta vez, levamos mais agasalhos e cobertores, a pedido dos próprios índios, por conta da chegada do inverno. O principal objetivo de ações como essa é levar, além de doações materiais, oportunidades de desenvolvimento, visando ao bem-estar e melhoria da qualidade de vida dessas comunidades. Assim, uma das atividades foi a orientação sobre a criação de uma loja virtual para a venda de artesanato produzido pelas aldeias. Essa é uma das principais fontes de renda dos índios da região, graças ao fluxo de turistas na cidade histórica de Paraty. Entretanto, com a pandemia, o movimento caiu significativamente. Por isso, a Tribo do Bem tem dado apoio no sentido de buscar novas formas de comercializar essas peças de artesanato. Ficamos a maior parte do tempo na aldeia Guarani. Até por conta da localização geográfica não tão privilegiada como a dos Pataxós, e também pela sua cultura nômade, essa comunidade não é muito apegada ao lugar. Então, a aldeia é bastante carente de orientações quanto à organização de suas atividades, cultivo, medidas de higiene e saúde. A equipe conversou com os índios sobre a possibilidade de fazer uma horta, formas de coleta de lixo, compostagem. E a loja on-line, que já foi pauta de outras visitas. Eu interagi bastante com as crianças, foi uma experiência única. Chamou muita atenção a elevada quantidade de cáries. Fiquei imaginando como estaria a situação dos adultos. Quem sabe não façamos projeto para que eu possa atender de alguma forma esse público. Já na aldeia Pataxó, chegamos no final do dia. Eles vivem em uma localização privilegiada, perto da praia. Assim, exploram o estacionamento e disponibilizam chuveiro para os turistas. São bastante organizados, recebem escolas, se apresentam para os estudantes. Do outro lado da pista, mantêm lojinhas de artesanato local para fogueira, onde fazem as apresentações. Há também uma cachoeira próxima. Eles têm uma cultura diferente, fazem questão de se vestir com trajes indígenas e seus adereços para nos receber. Nessa aldeia também entregamos doações e falamos sobre as vendas virtuais. Ficamos menos tempo, pois não há energia elétrica e já estava escurecendo. Mas pude realizar algumas conversas individuais. Pessoalmente, foi uma experiência incrível, diferente. Amo trabalhar com pessoas, levar a prevenção para o ser humano, independentemente de ele ser de uma empresa, de uma comunidade carente ou de uma aldeia indígena. Costumamos dizer que, em uma ação social, levamos doações, mas, na verdade, eu ganho muito mais do que doo nesses trabalhos. Saí dessa ação com uma riqueza que não tem dinheiro que compre. É uma troca de experiências, de culturas, é a possibilidade de conhecer gente nova. Isso é muito gratificante e verdadeiramente enriquecedor.”
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