Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) identificou a presença do novo coronavírus no biofilme dental, também conhecido por placa bacteriana. Das 70 amostras analisadas, 13 (18,6%) continham o RNA do Sars-Cov-2.
As amostras foram coletadas de funcionários do Hospital de Clínicas, que, com a pandemia, passaram a ser testados para a Covid-19 ao apresentarem sintomas. Os que recebiam resultado positivo e consentiam, tinham o biofilme encaminhado para análise.
“Tivemos a curiosidade de ver a carga viral desses pacientes. Percebemos que os que tinham carga maior nas secreções, resultavam positivamente no biofilme dental”, explica Sabrina Carvalho Gomes, autora da pesquisa, professora da Odontologia da UFRGS e coordenadora da residência em Saúde Bucal-Periodontia, do Hospital de Clínicas.
Como o vírus foi identificado no biofilme pela presença do RNA, há a chance de que ele não tenha condições de infectar outra pessoa, segundo a pesquisadora. Novas etapas da pesquisa que estão em andamento devem revelar esse aspecto.
“Se a resposta for sim, eu entendo que seja necessário discutir os protocolos de atenção ao paciente Covid-19 de forma que, ao sair da internação, ele possa também receber atuação da odontologia no sentido de interferir mecanicamente nessa placa”, alerta a professora. Os primeiros resultados dessa nova etapa devem ser publicados entre agosto e setembro deste ano.
Sabrina ressalta que não há motivo para preocupação excessiva com as descobertas iniciais da presença do vírus no biofilme, e que manter as medidas já conhecidas de saúde e higiene bucal é fundamental para evitar riscos.
Após a escovação, deve-se higienizar bem a escova e guardá-la em local separado das escovas dos demais membros da família, principalmente aqueles que tiveram Covid-19.
Foto: Flávio Dutra/UFRGS
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